Malácia dos brônquios

A malácia dos brônquios é uma situação em que, de forma simplista, ocorre um “amolecimento” ou “colabamento” das cartilagens que compõem algum segmento do(s) brônquio(s). Quando isso ocorre o ar encontrará resistência (obstrução parcial ou total) para ser conduzido até os pulmões e a pessoa sentirá dificuldade respiratória.

O Dr. Malucelli possui longa experiência no tratamento da estenose no Brasil e já realizou centenas de cirurgias em adultos, crianças e recém nascidos.

Como ocorre e quais são os sintomas?

 

Em recém-nascidos a malácia/colapso mais comumente ocorre já ao nascimento, causando uma dificuldade respiratória em que geralmente haverá necessidade de intubação (colocação de um tubo através do nariz ou da boca até a traqueia) e colocação do recém-nascido em uma máquina de respiração artificial. Nessa idade a malácia geralmente ocorre na região da laringe e não nos brônquios.

Em crianças, a malácia dos brônquios pode ocorrer após uma infecção respiratória mais grave (laringite, traqueíte, pneumonia), podendo ou não ter havido a intubação e utilização da máquina de respiração artificial. Ocorre também após a criança ter sofrido algum tipo de trauma na região do tórax.

Em adultos a ocorrência pode ser após ter sofrido um traumatismo da região torácica, ou ainda ter sido submetido a uma cirurgia dessa região.

estenose

Os sintomas mais comuns é a presença de algum grau de dificuldade respiratória (falta de ar), principalmente quando a pessoa puxa o ar (inspiração), podendo ocorrer também quando solta o ar (expiração) ou em ambas. Poderá haver sintomatologia de tosse seca recorrente, ou infecção respiratória de repetição (mais de 3 infecções no mesmo ano).

Quando suspeitar?

Dependendo da situação em que estiver o paciente e como os sintomas irão se apresentar. Veja algumas situações mais comuns:

  • Em recém-nascidos, quando eles estão apresentando dificuldades respiratórias geralmente associadas a presença de estridor (barulho ao respirar) devemos suspeitar da doença.
  • Em crianças ou outros pacientes, devemos suspeitar que está ocorrendo uma malácia ou um colapso ou uma estenose em qualquer área das vias aéreas, quando o médico da UTI tentar retirar o paciente do tubo e da respiração mecânica (extubar) e isso não for possível. Ou seja, o médico extuba o paciente, mas ocorre estridor ou presença de falta de ar, o que faz com que ele precise ser reintubado e recolocado em respiração mecânica.

Como fazer o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser suspeitado em todos os pacientes que apresentem algum dos sintomas que foram descritos acima.

O exame que diagnostica as alterações das vias aéreas é a endoscopia respiratória / broncoscopia. Esse exame deve ser realizado observando alguns cuidados técnicos como realizar o exame com a pessoa em respiração espontânea, solicitar – se possível – durante o exame, que a pessoa faça respiração forçada inspiratória e expiratória. O exame deve ser realizado em toda a via aérea (laringe, traqueia e brônquios) e não somente nos brônquios, pois o examinador deve ter uma visão total das vias aéreas.

O exame de tomografia e ressonância pode ser utilizado como complementar ao exame de endoscopia, mas muitas vezes não demonstrará as malácias / colapsos.

Complicações associadas a essas doenças

É comum que as pessoas portadoras dessas doenças apresentem infecções respiratórias de repetição como pneumonias e devido a isso poderá, em longo prazo, haver sequelas pulmonares.

Quais os tratamentos disponíveis?

Tratamento não-Cirúrgico

Se a sintomatologia não for muito exuberante poderá não haver necessidade de tratamento algum, mas isso raramente acontece.

Tratamento Cirúrgico

Quase sempre haverá necessidade de algum tipo de tratamento cirúrgico para essa doença. Todos os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados em ambiente hospitalar, com o paciente sob anestesia geral.

Cirurgias Endoscópicas
Essas são realizadas com equipamentos especiais, colocados através da boca. Dessa maneira será possível atuar na região do brônquio(s) sem a necessidade de realizar incisões (cortes) na região do tórax. Praticamente não se realizam cirurgias endoscópicas para tratar as malácias dessa região.

Cirurgias Abertas
Esse é o tratamento que dará melhores resultados em quase todos os pacientes. Quase todas as malácias da região brônquica necessitarão um tratamento cirúrgico. Geralmente a cirurgia será realizada com a ressecção da área atingida. Independentemente se a área atingida estiver no brônquio principal esquerdo ou no principal direito, a abordagem praticamente sempre será através do hemitórax direito ou através do osso esterno (passando pelos grandes vasos do coração). Essas cirurgias são sempre de grande dificuldade técnica.

Proteses Internas “Stents”
Muitas malácias / colapsos dessa região poderão ser tratados por meio do uso de próteses internas “stents” que devem ser mantidos no local por tempo determinado (geralmente de 3 a 12 meses). Muito raramente essas próteses deverão ficar no local por tempo maior ou para sempre. Existem diversos tipos de stents. Cada um poderá ser utilizado em uma área específica do brônquio(s).

A colocação de um stent é um procedimento cirúrgico que deve ser realizado em ambiente hospitalar, com o paciente sob anestesia geral. Quase sempre se utilizam equipamentos especiais colocados através da boca. Dessa maneira será possível aplicar o stent na região do(s) brônquio(s) sem a necessidade de realizar incisões (cortes) na região do tórax.

Esses stents, quando utilizados por tempo muito longo, geralmente causam reações de corpo estranho e geram granulomas cicatriciais. Esses granulomas poderão gerar sangramentos e cicatrizes no local com consequente estenose (fechamento) da luz. Ou seja: esse tratamento pode gerar sequelas graves e de difícil tratamento.

Os stents também podem ser incorporados aos tecidos do brônquio (s), o que poderá causar sérios problemas para conseguirmos retirá-los no futuro. Portanto, devem ser utilizados por cirurgião experiente e que conheça muito bem suas indicações e suas limitações nesses tratamentos.